“Alguns mitos e tabus da sexualidade humana em professores de escolas municipais”. Esse foi o tema da dissertação de mestrado em Educação pela Universidade Federal de Sergipe, defendida pela professora Mônica Ismerim Barreto, docente da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jaime Araújo, localizada no bairro Soledade. O trabalho constatou que os professores de ciências da rede municipal de ensino da capital, que participam do programa de formação continuada “Horas de Estudo”, realizado pela Secretaria Municipal da Educação (Semed), estão mais preparados para agir contra a homofobia em sala de aula. O resultado do trabalho inédito rendeu à educadora nota 10.
“Quem nunca presenciou ou até mesmo viveu uma situação constrangedora dentro da sala de aula? Quem nunca ouviu um comentário maldoso por causa da cor da pele, da opção religiosa ou da orientação sexual de um aluno?”, questionou Mônica Ismerim. Foi pensando nisso que a professora deu início ao trabalho de mestrado, dando destaque ao preconceito contra homossexuais dentro da sala de aula.
De acordo com a pesquisadora Mônica Ismerim, os temas sobre sexualidade debatidos no programa Horas de Estudo são imprescindíveis para auxiliar os professores a saber como evitar o preconceito contra um aluno e evitar que algum tipo de constrangimento aconteça. Ela explicou que nove professores de escolas municipais responderam a um questionário sobre como cada um age e pensa sobre o tema homossexualidade.
Desses, apenas um apresentou uma visão negativa sobre o assunto e afirmou não saber como agir caso presenciasse uma cena de preconceito. “Esse colega não participou de todos os encontros da formação continuada realizados pela Secretaria Municipal da Educação”, destacou.
Horas de Estudo
Durante os encontros do Horas de Estudo, os professores recebem orientações sobre como agir dentro do ambiente escolar para evitar atitudes discriminatórias. Eles também são estimulados a levantar discussões referentes ao tema, que ainda é considerado delicado por muitos.
“As formações continuadas alertam os professores sobre a importância de debater temas que, normalmente, estão fora da roda de debates escolares e acabam se tornando tabus”, explicou Monica Ismerim, acrescentando que alunos que se tornam vítimas de discriminação ainda podem enfrentar outros problemas, como dificuldade no aprendizado, exclusão no ambiente escolar e até mesmo acabar deixando a unidade de ensino.
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