quarta-feira, 1 de julho de 2009

Conteúdo de história se transforma em literatura de cordel

 

Ao unir os conteúdos trabalhados nas aulas de história e de língua portuguesa com seus alunos do 5º ano (4ª série) do ensino fundamental, a professora Eliane Barreto Maia Santos criou o projeto Migração e Literatura de Cordel e obteve ft_022_003excelentes resultados. O projeto foi desenvolvido em 2008, no Colégio Destaque, no município paranaense de Pinhais.

 

Após escolher alguém para entrevistar, de sua própria família ou do círculo de amigos, que se encaixasse no perfil de migrante, cada estudante confeccionou um livrinho em formato de cordel, contando a trajetória de vida dessa pessoa. “Os textos foram produzidos de maneira poética, com uma pitada de humor e complementados com desenhos”, explica a professora.

 

Os livros ficaram expostos, inicialmente, na própria sala. Depois, na Semana do Folclore, a exposição passou para o pátio da escola, a fim de ser vista por toda a comunidade escolar. No término do projeto, os livros foram presenteados aos entrevistados, juntamente com uma carta de agradecimento escrita pela professora.

 

Segundo Eliane, a repercussão foi imensa nas famílias que receberam os livros. “As pessoas ficaram emocionadas e responderam as cartas enviadas, agradecendo a transformação de histórias de vida sofridas e difíceis em algo tão meigo”, conta. As crianças, por sua vez, sentiram-se valorizadas ao ver a reação da família lendo o livro que fizeram, ressalta Eliane, que é formada em pedagogia e leciona desde 1992.

 

Outro trabalho que obteve repercussão foi o desenvolvido a partir do poema Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. De acordo com a professora, o poema foi lido, inicialmente, em função do tema Tiradentes/Inconfidência Mineira, mas como as crianças ficaram surpresas ao ler um poema de assunto tão sério, escrito por alguém que fez muitos poemas infantis e alegres, surgiu o desejo de conhecer mais sobre a escritora.

 

Fizeram, então, um grande estudo sobre ela. Descobriram fatos de sua vida que refletiam nos poemas e montaram uma exposição com objetos e reprodução de fotos, além de poemas ilustrados. “Durante a Mostra Cultural da escola, realizada em outubro de 2008, o trabalho do 5º ano foi imensamente elogiado pelos visitantes. Alguns, diziam, até se emocionaram”, relata Eliane.

 

(Fátima Schenini) –Portal do Professor


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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Professores discutem papel da mídia na escola



Vislumbrando o grande papel que os veículos de comunicação têm na relação ensino-aprendizagem o SINTESE oferece na edição 2009 das Oficinas Pedagógicas da Resistência um espaço para os professores debaterem o papel da grande mídia na escola.

O jornalista Cristian Góes será o ministrante da oficina “Leitura crítica da mídia e o papel do (a) professor (a) na escola”, que acontece de 01 a 03 de julho no auditório do Cinform. Cristian é jornalista profissional com especialização em Gestão Pública (Esaf/FGV) e especialização em Gestão de Crise em Comunicação (Gama Filho); estudante de Letras da UFS.

Na oficina os professores vão estudar de forma crítica a produção de notícias pela grande mídia e sua interferência na vida pessoal e profissional do professor. “Vamos debater a formação dos consensos na sociedade: como isso afeta o professor e o aluno. Compreender o modo e o porquê da atuação da mídia na escola e na sociedade. E debater quais papéis podem ter os professores diante a produção midiática em sua volta”, disse Cristian.

Esse estudo será feito através da leitura de textos, exposição visual, exibição de filmes e músicas, debate, trabalhos em grupo sobre leitura crítica da mídia e apresentações desses trabalhos. Os participantes vão estudar também um pouco sobre a introdução à história da Comunicação e do Jornalismo; a construção da hegemonia a partir da mídia; de que lado está a mídia; infância e consumo; a escola como reprodutora e reforçadora da opinião pública.

Para o jornalista, as Oficinas Pedagógicas da Resistência fazem parte de um momento muito especial na vida dos educadores, que é a formação continuada com qualidade. “O SINTESE, com realização dessas atividades, prova que está profundamente antenado com a nova realidade da educação, isto é, com uma teia infinita de possibilidades de aprendizagem que não mais circunda o ambiente escolar, muito pelo contrário, estabelece-se na sociedade e isso gera enormes desafios para todos, especialmente aos educadores”, finalizou.

Fonte: Sintese

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Projeto prevê treinamento de professores para primeiros socorros



A Câmara analisa o Projeto de Lei 4878/09, do deputado Ilderlei Cordeiro (PPS-AC), que obriga estabelecimentos de ensino a disponibilizar equipamentos e materiais de primeiros socorros. Além disso, o deputado propôs que os professores e servidores sejam treinados uma vez por ano para prestar socorro nas ocorrências mais comuns e para o encaminhamento das vítimas ao hospital mais próximo.

Para Ilderlei Cordeiro, a quase universalização do ensino no País teve como consequência o aumento da ocorrência de acidentes e da manifestação de doenças no ambiente das creches, escolas e universidades. Ele lembra também que a violência urbana chegou às escolas. "Com isso, aumenta sensivelmente a responsabilidade do Poder Público e da iniciativa privada perante a integridade física dos alunos, professores e servidores de modo geral", disse.

Tramitação
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Educação e Cultura; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Violência afasta professores sergipanos da sala de aula



Agressões físicas e verbais, falta de respeito e assaltos são alguns dos motivos que têm feito com que professores sergipanos precisem se afastar das atividades em sala de aula para tratamento médico. O estresse causado pela violência que ocorre em algumas escolas tem levado muitos desses profissionais a apresentarem sintomas de depressão. Esta doença é uma das principais responsáveis pelo afastamento dos professores da atividade em sala de aula, juntamente com problemas vocais. Segundo informações do Setor de Perícia da Secretaria de Estado da Administração (Sead), atualmente 149 professores estão de licença médica, no universo de 12 mil professores na rede estadual.

Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (Sintese) no ano de 2006 – o Perfil das Escolas de Sergipe – mostrou que dentre os 10 principais motivos de afastamento de professores da atividade docente, 25,8% estavam vinculados a problemas no sistema nervoso, como depressão e estresse. Índice bem inferior a outros problemas relacionados mais diretamente à atividade diária em sala de aula, como problemas de garganta (15%) e ortopédicos (6,6%).

Em média, o professor de licença passa entre 30 e 60 dias afastado. A informação do Setor de Perícia da Sead é que quando eles chegam estão na fase inicial da doença, mas a maioria não retorna mais para a atividade. No período em que fica afastado, o professor é readaptado a uma nova função. Ao final da licença médica, retorna para uma nova avaliação da perícia, sendo renovada a licença na maioria dos casos e ele fica na outra atividade.

Mais de 30 anos de profissão e o professor Fernando Mendes (nome fictício), de repente foi surpreendido pelo furor de um aluno em sala de aula. “Estava aplicando uma prova numa sala de 1º ano do ensino médio, quando de repente, um aluno inconformado se levantou e começou a me agredir com palavras de baixo calão, foi até o birô e virou com tudo que tinha em cima. O pior de tudo é que a gente se sente indefeso numa situação como essa”, contou.

Mais recentemente, disse Fernando, a diretora da escola onde ensina foi ameaçada de morte por um aluno que traficava drogas no interior da escola que ficou insatisfeito com a perda do ponto de venda. Nessas três décadas de magistério, ele presenciou e ouviu muitos relatos semelhantes. “Essas ameaças acontecem cotidianamente. Há menos tempo lecionando no serviço público, a professora K.G.S também já presenciou alguns atos de violência praticados na escola onde ensina, na zona norte de Aracaju.

Ela mesma já foi vítima. “Fui assaltada dentro da escola e hoje evito muitas vezes ir trabalhar de carro, pois a gente não sabe quando um aluno pode se sentir ‘ofendido’ e tentar se vingar depredando nosso patrimônio adquirido com tanto sacrifício, sem contar os casos de desrespeito a que somos expostos, através de ofensas”, disse a professora, que já ensinou também em uma escola de Nossa Senhora do Socorro.

Desrespeito

Na escola onde Fernando leciona, um professor está afastado de sala de aula, por estresse causado por atritos com alunos. “Atualmente ele vive com muito medo, não consegue coordenar as ideias, vive à base de medicamentos. Hoje ele está em outra função, porque não tem mais condições de voltar a dar aula”, revelou. O professor disse não saber o que está acontecendo com a sociedade. “Os alunos estão muito rebeldes. Esta semana mesmo, vi uma turma de alunos sem aula e perguntei onde estava o professor e a resposta foi: ‘Vá ver se ele está no banheiro’, contou.

No início do ano, o Colégio Estadual 24 de Outubro foi palco de uma ação de vandalismo praticada por alunos e algumas pessoas de fora da escola. Eles jogaram lama pelo prédio e danificaram o gabinete da diretora. Segundo o Sintese, os problemas de violência mais comuns são agressões físicas e verbais, com o intuito de atingir a dignidade do professor, e assaltos.

Embora isso ocorra em vários locais, tem uma ocorrência maior em bairros mais violentos.
O diretor de Comunicação do Sintese, Roberto Silva Santos, ressaltou que por conta disso é comum o afastamento de professores de sala de aula. “A agressão afeta toda estrutura da pessoa e temos muitos professores que tiveram que ser recolocados em outros locais, pela situação que vivenciaram no exercício da profissão, principalmente pela falta de respeito do aluno para com ele”, afirmou.

Reflexo do meio

Mas para ele, a violência nas escolas é um reflexo do que acontece na sociedade. “A escola apenas recebe essa pessoa, que reproduz o que acontece em seu ambiente”. Um dos caminhos apontados por ele para que esse problema seja diminuído é a implantação da gestão democrática nas escolas. “Nós entendemos que esse é um passo importante para que o aluno se sinta parte da escola, se envolva em suas ações e se sinta responsável. E, infelizmente, hoje ele não se sente assim, já que não participa das escolhas da escola”, avaliou Roberto.

Ele ressaltou que nesse contexto de não participação das decisões a escola acaba sendo um ponto de diversão, de encontro e tudo mais, menos um local para onde ele vai estudar e do qual é parte importante e que, portanto, precisa colaborar para sua preservação como um todo.

Outra questão importante apontada pelo diretor de Comunicação do Sintese é o fato de as ações de violência de alunos contra professores acontecerem em escolas localizadas em bairros onde o desemprego é maior. Para Roberto, a falta de políticas públicas para a geração de emprego e renda contribui para isso. “Não se combate a violência nas escolas, apenas com a gestão democrática. Ela é importante, sim. Mas é preciso resolver essa questão social para, como consequência, esse outro problema ser resolvido. O Estado precisa se sentir responsável por isso”, afirmou.

Ele citou como exemplo de experiência positivo nesse sentido, o trabalho realizado pela Secretaria de Estado de Inclusão e Desenvolvimento Social (Seides), que qualifica jovens de bairros mais carentes com cursos profissionalizantes gratuitos e ao final deles, o aluno recebe um kit com as ferramentas essenciais para dar início às suas atividades. “É isso que gera emprego e renda de verdade e faz com que as pessoas estejam incluídas socialmente”, disse Roberto Silva.

Cidadania e Paz já está presente em três escolas

Criado em parceria entre a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e Secretaria da Segurança Pública (SSP) com o objetivo de conscientizar a comunidade escolar para a prevenção de diversos tipos de violências, o Programa Cidadania e Paz nas Escolas já foi implantado em três colégios da rede estadual: no Barão de Mauá, localizado no conjunto Orlando Dantas; o Francisco Rosa, no conjunto Bugio; e no 24 de Outubro, no bairro 18 do Forte, escolas com um histórico de violência escolar.

Segundo a coordenadora executiva do Programa Cidadania e Paz nas Escolas, Djanira Montalvão da Luz, o objetivo é, através da participação coletiva com a formação de grupos de discussão permanente, diagnosticar, refletir, traçar estratégias visando elaborar uma proposta de segurança para as escolas. “São instituídos dois grupos de discussão permanente compostos pela comunidade escolar e os alunos. O primeiro elabora os planos para depois, em conjunto, avaliar e ditar ações de enfrentamento e prevenção da violência no ambiente escolar”, explicou, ressaltando que esse é um trabalho lento, mas que surte resultados.

Quase um ano depois da implantação do projeto no Colégio Estadual Barão de Mauá, o pioneiro em Sergipe, o que se tem de resultado, segundo a coordenadora, é a diminuição na ocorrência de uso e tráfico de drogas dentro da escola, um dos problemas diagnosticados na fase inicial do projeto. Além disso, outras questões como o bullying (atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de intimidar ou agredir outra pessoa incapaz de se defender) e a depredação do patrimônio da escola também melhoraram bastante depois do início do projeto.

“Conseguimos isso de maneira compartilhada, com a participação de alunos, professores, Conselho Tutelar, Conselho de Segurança do bairro e operadores da segurança pública”, disse a coordenadora. Para este ano, o objetivo é dar uma apoio maior às escolas onde o projeto já está sendo desenvolvido e, ao final do ano, ampliá-lo para mais um ou dois colégios.

Semana de mobilização

Na semana passada, várias escolas públicas e particulares de Sergipe participaram da semana de mobilização “Segurança com Cidadania nas Escolas”, evento que faz parte da fase preparatória 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), cuja etapa final ocorre de 27 a 30 de agosto, em Brasília. A etapa estadual da Conferência em Sergipe acontece de 13 a 15 de julho, no Teatro Tobias Barreto e Centro de Convenções. Segundo Djanira, o objetivo da semana foi estimular os alunos, pais, professores e funcionários a propor mudanças para situações de violência enfrentadas dentro e fora do ambiente escolar.

Desde o mês de abril, já foram realizadas conferências em 10 escolas de Sergipe, nas redes privada e pública, tanto do Estado quanto do município. Da semana de mobilização participaram a Escola Municipal Freitas Brandão, os Colégios Estaduais Leandro Maciel e Barão de Mauá, em Aracaju, e as escolas Felisberto Freire e Pedro Valadares, do município de Itaporanga d’Ajuda.


Reação à tensão emocional crônica

O esforço excessivo no trabalho, pouco descanso associado a essa exposição à violência, faz com que muitos professores sejam acometidos pela síndrome de Bournot. Ela atinge principalmente professores, médicos e enfermeiros e se refere a um tipo de estresse ocupacional e institucional que acomete pessoas que têm uma relação direta e prolongada com outras pessoas. “Nas escolas onde há um índice de violência maior, além do estresse da atividade diária e o esforço excessivo, esse ambiente que não é seguro afeta muito mais o professor”, disse a coordenadora executiva do Programa Cidadania e Paz nas Escolas, Djanira Montalvão.

Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, a síndrome de Bournot faz com que a pessoa perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil. “Num grau mais avançado, a pessoa com a síndrome começa a densenvolver pânico e passa a não acreditar em nada”, afirmou.

Segundo a coordenadora Djanira Montalvão, a Secretaria de Estado da Educação (Seed), entendendo que esse problema tem atingido muitos professores, está pensando em lançar no mês de outubro, uma campanha de esclarecimento sobre a síndrome, para que tendo conhecimento, os professores possam procurar tratamento, além de ajudar os colegas a entender as pessoas que são acometidas por ela.


Fonte: Edjane Oliveira/Jornaldacidade.net

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terça-feira, 9 de junho de 2009

Relatório do Unicef: deputada diz que é preciso valorizar professor

Maria do Rosário defende salários maiores e investimento na formação de professores.

Presidente da Comissão de Educação afirma que a solução dos problemas depende de investimento em recursos humanos, o que será possível com a ampliação de recursos do setor.

A presidente da Comissão de Educação e Cultura, deputada Maria do Rosário (PT-RS), afirmou que a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que aumenta os recursos do Orçamento para a área de educação será o primeiro passo para a solução dos problemas apontados pelo relatório do Unicef divulgado hoje. O texto principal da PEC foi aprovado em primeiro turno em 3 de junho, mas ainda falta ser analisado um destaque antes de a proposta poder ser votada em segundo turno.

"A proposta com certeza será aprovada em segundo turno, e nós vamos recolocar na educação os 18% do orçamento de impostos da União para a educação brasileira. No entanto, esses recursos precisam ser investidos na formação dos professores e em salários melhores para essa categoria", afirmou.


Em entrevista à Rádio Câmara, Maria do Rosário fala dos problemas de evasão escolar e de aprendizagem.O relatório do Unicef aponta avanços na educação brasileira, apesar dos problemas do setor. Um dos melhores indicadores é a taxa de matrícula de crianças entre 7 e 14 anos, que chega a 97,6%, o equivalente a 26 milhões de crianças. Nessa faixa etária, o número de crianças que estão fora da escola é de 680 mil.

O levantamento também indica que 44% dos jovens entre 15 e 17 anos ainda não concluíram o ensino fundamental porque deixaram a escola ou por causa da repetência.

O relatório do Unicef também indica que, das mais de 58 mil escolas do Semiárido, 51% não têm água tratada e 14% não dispõem de energia elétrica.

Na educação infantil, que vai de 4 a 6 anos, o atendimento educacional, segundo o relatório da Unicef, passou de 53,5% em 1995 para 77,6% em 2007.

Valorização

A deputada concorda com a recomendação da Unicef no sentido da valorização dos outros níveis de ensino, além do fundamental. "Quem forma os professores são as universidades e o próprio ensino médio. De forma que nós devemos trabalhar a educação como um todo, como um sistema, e garantir recursos e políticas de qualidade em todos os níveis e modalidades ao mesmo tempo", disse.
Fonte: Agência Câmara

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tese de mestrado aborda preparo de professores


“Alguns mitos e tabus da sexualidade humana em professores de escolas municipais”. Esse foi o tema da dissertação de mestrado em Educação pela Universidade Federal de Sergipe, defendida pela professora Mônica Ismerim Barreto, docente da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jaime Araújo, localizada no bairro Soledade. O trabalho constatou que os professores de ciências da rede municipal de ensino da capital, que participam do programa de formação continuada “Horas de Estudo”, realizado pela Secretaria Municipal da Educação (Semed), estão mais preparados para agir contra a homofobia em sala de aula. O resultado do trabalho inédito rendeu à educadora nota 10.


“Quem nunca presenciou ou até mesmo viveu uma situação constrangedora dentro da sala de aula? Quem nunca ouviu um comentário maldoso por causa da cor da pele, da opção religiosa ou da orientação sexual de um aluno?”, questionou Mônica Ismerim. Foi pensando nisso que a professora deu início ao trabalho de mestrado, dando destaque ao preconceito contra homossexuais dentro da sala de aula.

De acordo com a pesquisadora Mônica Ismerim, os temas sobre sexualidade debatidos no programa Horas de Estudo são imprescindíveis para auxiliar os professores a saber como evitar o preconceito contra um aluno e evitar que algum tipo de constrangimento aconteça. Ela explicou que nove professores de escolas municipais responderam a um questionário sobre como cada um age e pensa sobre o tema homossexualidade.

Desses, apenas um apresentou uma visão negativa sobre o assunto e afirmou não saber como agir caso presenciasse uma cena de preconceito. “Esse colega não participou de todos os encontros da formação continuada realizados pela Secretaria Municipal da Educação”, destacou.

Horas de Estudo

Durante os encontros do Horas de Estudo, os professores recebem orientações sobre como agir dentro do ambiente escolar para evitar atitudes discriminatórias. Eles também são estimulados a levantar discussões referentes ao tema, que ainda é considerado delicado por muitos.

“As formações continuadas alertam os professores sobre a importância de debater temas que, normalmente, estão fora da roda de debates escolares e acabam se tornando tabus”, explicou Monica Ismerim, acrescentando que alunos que se tornam vítimas de discriminação ainda podem enfrentar outros problemas, como dificuldade no aprendizado, exclusão no ambiente escolar e até mesmo acabar deixando a unidade de ensino.
Fonte: Jornaldacidade.net

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Criança negra tem desvantagem na escola, revela estudo


Conclusão se deu após análise do comportamento de futuros professores em relação à etnia dos alunos

A situação das crianças negras em sala de aula é desvantajosa, constatou pesquisa empreendida pela UFS com futuros professores. Eles apresentaram atitudes e comportamentos diferenciados em função da etnia dos alunos. A formação inadequada desses profissionais, porém, acaba influenciando a maneira como se colocam em sala de aula.

O estudo chegou à conclusão através das análises do julgamento que os professores fizeram em cima de redação escrita por um aluno do ensino fundamental e de um questionário com perguntas sobre temas étnicos, como preconceito e racismo. Para alguns professores, na redação estava anexada uma foto de uma criança negra e para outros, a de uma branca.

Duzentos e oito componentes da antiga Escola Normal e do curso de Letras da UFS participaram do trabalho. Num universo de zero a dez, os membros da Escola Normal atribuíram notas superiores à redação da criança branca face à negra: 7,8 contra 7,4. Já os alunos da UFS conferiram nota 7,1 para a negra e 7 para a branca. Apesar da diferença pequena em números, foram nos critérios estabelecidos nos questionários que o preconceito se expressou acentuadamente.

“As teorias que estudam o preconceito e o racismo vão dizer que há uma tendência a avaliar pessoas brancas usando características de competência e critérios internos, enquanto quando se avalia as crianças negras usam-se critérios superficiais ou externos”, explica a professora Dalila Xavier, do Departamento de Psicologia.

Houve uma tendência dos futuros professores para avaliar que o texto da criança branca era mais criativo e que ela possuía a idade adequada para produzir aquele conhecimento. Enquanto para a avaliação da criança negra consideraram o esforço para a construção do texto e a caligrafia.

“Pretendemos continuar a pesquisa investigando o porquê da diferença das avaliações”, diz a estudante Carla Jesus de Carvalho, que também atuou na pesquisa. “O que mais chamou atenção foi a questão das diferenças dos sujeitos. Na Escola Normal a maioria deles origina da classe média baixa e possui um nível educacional mais baixo, enquanto os sujeitos da UFS participam de classe econômica e nível educacional mais elevados”, completa.

Formação deficiente

Apesar de os resultados, em geral, não demonstrarem uma discriminação das crianças, observou-se que os futuros professores têm uma formação inadequada acerca de questões étnicas e raciais, o que acaba influenciando o modo como eles se portam em sala de aula.

A pesquisadora Carla aponta a ausência de disciplinas a respeito de assuntos como preconceito e discriminação, e a escassez de material didático que demonstre o papel dos negros na história, como justificativas às atitudes dos estudantes da área pedagógica.

Segundo ela, os livros didáticos são muitas vezes mal formulados e os professores tendem a aplicá-los como verdade absoluta. “Neles os negros são estereotipados e lembrados apenas por sua participação na história do Brasil, principalmente quando se fala em escravidão”.

É justamente o comportamento do professor, ao assumir a figura de autoridade, que pode colaborar para a existência ou não do preconceito entre os alunos. “Numa sala diversa, se o docente não tiver uma formação adequada para lidar com essas diferenças, pode levar consigo estereótipos e tratar as crianças de forma diferente. Mesmo que se apresente de forma sutil, elas percebem o preconceito e podem se sentir inferiores em relação às demais”, lembra.

“Velado ou declarado o preconceito impede a criança de criar as suas próprias estratégias de defesa e consequentemente mina sua identidade. A rejeição leva a uma sensibilidade emocional que as impede de se concentrar nas suas atividades, e isso pode ter repercussão no seu desempenho escolar”, diz a professora Dalila.
Fonte: Agência UFS de Divulgação Científica

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viaboletim - 2009 - Nossa Senhora da Glória / Sergipe / Brasil
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